O silêncio é minha Ítaca. Nele, sou Ulisses, mas também Penélope e suas mãos-tear que fingem costurar tecidos para suturar o tempo...
O silêncio é minha Ítaca. Enquanto o orgulho troiano põe por terra as invencíveis muralhas, eu, Odisseu, tramo em naus frágeis, onde não perscrutam os deuses, o meu retorno.
O silêncio é minha Ítaca. Nele, habita a cicatriz que sangra a serva, ao saber-se sob os pés de seu rei.
O silêncio é minha Ítaca. Nele, vergo o meu arco, mato, marco Cronos.
O silêncio é minha Ítaca, nele, meu trono.
terça-feira, 23 de junho de 2009
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